quinta-feira, 23 de junho de 2011
MORTINHA POR MORRER NOVA ...
É nossa sina ser invisível! Dito isto, vestiu a cor negra da ausência e num trejeito de quem não quer companhia e sim presença, apagou a luz e ficou transparente como um pensamento.
Ela queria morrer nova, ninguém a ensinou a morrer, viver também não sabia, nem nunca quis aprender.
O tempo não é pensável, há que viver até à morte.
Pegou no telefone para falar com o DES (sigla). Ocorreu-lhe participar um ritual que gostaria de ver cumprido, caso morresse por antecipação.
Era fácil falar com o DES, bastava pedir-lhe que a ouvisse em silêncio e ele deixava-a falar sem interromper. Pegava-lhe na mão também!
O melhor seria falar com ele pessoalmente, precisava da segurança que a mão forte do DES lhe transmitia. Ligou-lhe nesse sentido.
Acendeu a luz e a transparência fundiu-se na sombra, o pensamento nas palavras que iria partilhar com o DES: Queria velas em vez de flores, ir vestida de branco, ser sepultada à noite e …
Depois continuo, tenho de abrir a porta. É o DES… certamente !!!
segunda-feira, 13 de junho de 2011
MORTINHA POR PARTIR ...
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Apertei os sapatos em ritmo de Adeus. Parto em passo planado, com o sol em poente, reivindico uma gaivota como complemento de paisagem. Só depois me afasto, sem carácter de urgência.
Vestida de preto, com salpicos de silêncio e um apontamento a designar, levo nas mãos acenos gastos à força de tanto serem usados. Remeto-as à inercia!
Pela primeira vez não olho para trás num gesto póstumo.
Há "nós" e laços, há agora um projecto de consciência em ruína.
Atirei, como uma noiva, um ramo de crisantemos. Lamento imenso se alguém o apanhou...
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Apertei os sapatos em ritmo de Adeus. Parto em passo planado, com o sol em poente, reivindico uma gaivota como complemento de paisagem. Só depois me afasto, sem carácter de urgência.
Vestida de preto, com salpicos de silêncio e um apontamento a designar, levo nas mãos acenos gastos à força de tanto serem usados. Remeto-as à inercia!
Pela primeira vez não olho para trás num gesto póstumo.
Há "nós" e laços, há agora um projecto de consciência em ruína.
Atirei, como uma noiva, um ramo de crisantemos. Lamento imenso se alguém o apanhou...
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